sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ENTRE VERDADES E MENTIRAS



Entre a verdade e a mentira não tenho dúvidas em afirmar que fico do lado da verdade. Não que eu nunca tenha mentido, a mentira as vezes se faz necessária, mas é preciso cuidado, pois ela vicia e quando menos se espera o indivíduo não tem mais discernimento e ambas tornam-se uma coisa só.

Embora a verdade seja uma aliada do bem , ela não está  isenta de causar alguns problemas e situações desconfortáveis. Mas por outro lado, ela se apresenta como a bonança após a tempestade, deixando a consciência limpa, trazendo um conforto de noites bem dormidas.

A verdade é a cara limpa, sem maquiagem. É o nu, natural, sem pudor. É a conversa de olho no olho com respaldo da sinceridade e de um coração aberto. É o tijolo que edifica uma amizade.
É a viga mestre da construção de um bom relacionamento.

Dizem que uma mentira contada várias vezes acaba virando verdade, mentira. Ela sempre será uma mentira, pois a mentira tem o poder de hipnotizar, ludibriar e muitas vezes cegar aqueles que se deixam seduzir pela meia informação ou ocultação dos fatos.

A mentira é um castelo de areia que a cada onda precisa ser refeita para se sustentar.

Embora a mentira seja tentadora, devemos sempre procurar o caminho da verdade, pois o seu destino será sempre um porto seguro.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Sambas e Parcerias: DODÔ ANDRADE


Antes de conhecer o Dodô já conhecia seus sambas, isso porque fomos "adversários" em disputa de samba enredo e em um festival de sambas inéditos. E dali nasceu o meu respeito por esse malandro, cantando seu samba "Quem pode pode, quem não pode..." em parceria com Paulo Silva. Mas os nossos caminhos só vieram se cruzar uns 3 ou 4 anos depois por intermédio do meu "irmão" Peterson Lima. Aliás o Dodô também conheceu meus sambas antes de me conhecer, inclusive ele sempre perguntava ao Peterson se esse parceiro dele (que era eu) existia realmente, porque na época eu estava meio afastado das rodas de samba.

Dodô é um malandro  carismático, que cativa todos ao seu redor, pelo seu caráter, sua bondade e simpatia. É daquelas pessoas que te conquistam pela sinceridade, pelo aperto de mão e abraço verdadeiro.


Nossa amizade começou por volta do final de 2007 para 2008 quando nos encontramos no saudoso Projeto da Vila Formosa. Ali Dodô chegou e conquistou à todos, sacou logo uma brasa da sua gaveta e cantou "A dor de uma saudade", que virou um dos sambas mais cantado lá  na roda de samba e que depois venho ser gravado pela Academia do Samba da Zona Leste.

Começamos a frequentar a Vila Formosa todas as Quartas-Feiras, e entre os copos de cerveja, sambas inéditos, boas conversas e ao lado de muita gente boa nossa amizade foi se fortalecendo.

Nossa primeira parceria foi um samba chamado "Boicote de Amor", uma letra que o Dodô me passou com seu jeito humilde, pedindo que eu colocasse uma melodia porque gostaria de ser meu parceiro. E para mim foi um grande honra, ganhar mais um parceiro musical talentoso e competente.

Daí pra frente começamos a frequentar várias rodas de samba em São Paulo. Dodô sempre parceiro e generoso atendendo a todos os meu chamados para prestigiar as  várias rodas de sambas da cidade. Nosso conhecimento musical e humano foi crescendo e Dodô se tornou meu principal parceiro de boemias e de copo, por onde compartilhamos vários momentos de alegria, colecionando vários amizades em cada terreiro que pisamos.


Dodô é um ser humano na melhor concepção da palavra, é um cara de bom coração, que sempre ajuda ao próximo, que faz o bem sem ver a quem. É homem de família, e que não desfaz de ninguém, em nossas caminhadas já vi Dodô tratar com a mesma igualdade mendigos, advogados, drogados, brancos, negros, ricos e pobres, sem fazer distinção nenhuma, apenas valorizando o ser humano, sem julgamento, compartilhando um abraço, um aperto de mão, um trago de cachaça ou simples sorriso. É também um grande defensor dos animais, na época em que eu o conheci tinha uns 4 cachorros em sua casa, todos tirados da rua, do qual ele trata com todo carinho e amor.

Em todos esses anos de parceria já fizemos uns 10 sambas, alguns ainda nem foram cantados na rodas de samba. Dentro todos esses sambas, um dos que considero ser nossa melhor parceria chama-se "Dá o meu Boné", uma gíria dos tempos de adolescente do Dodô que  ele transformou numa primeira bacana com levada de samba de terreiro. Me lembro como se fosse hoje, estávamos saindo de uma festa de Aniversário do Samba da Maria Cursi, e ele me cantou o samba, não perdi tempo e memorizei a primeira e dias depois finalizei o samba. Ele gostou da segunda e começamos a cantar nas rodas de sambas por onde passamos.


Dodô tem um jeito de nostálgico de compor e cantar, coisas que ele traz da sua infância e mocidade e passa para o papel com grande maestria. Suas letras tem dosagens cômicas, românticas, nostálgicas e sociais que primam pela boa escrita e pela melodia espontânea, sem muitos coloridos e enfeites, mas de beleza incomparável.

Tenho muito orgulho de ser parceiro desse malandro, não só nos sambas, mas em dividir as coisas da vida, no qual me sinto mais um aluno do que parceiro, porque nesses anos de nossa amizade venho aprendendo com ele a ser uma pessoa melhor.

"Dodô, Dodô...amigo, parceiro, poeta, sambista e compositor". (trecho do samba "Nobre Defensor do Samba" que fiz junto com Peterson Lima em homenagem ao Dodô)


 DÁ O MEU BONÉ
(Dodô Andrade / Anderson Alves)
Tom: D (Ré Maior)

Se do meu amor perdeste a fé
Se queres me punir a toda hora
Resolvo tudo isso agora pois é
Dá o meu boné que eu vou embora
Dá o meu boné que eu vou embora

Passado é museu é pré-história
Se não esqueces um instante o que passou
Sua ladainha me cansou 
Rompeu aurora
Dá o meu boné que eu vou embora
Dá o meu boné que eu vou embora

A sua atitude só me apavora
Você não me ilude
Sei que estás mudada e não é de agora
Já pedi em oração pra São Jorge
São Sebastião e também pra Nossa Senhora
Dá o meu boné que eu vou embora
Dá o meu boné que eu vou embora

A desconfiança no teu ser aflora
Se um amor vai mal
A insegurança o leva a piora
Já tentei mas não dá
Você tanto insistiu
Que até consegui to saindo fora
Dá o meu boné que eu vou embora
Dá o meu boné que eu vou embora

sexta-feira, 15 de junho de 2012

DODÔ ANDRADE - Rádio Cantareira

Compartilho com os amigos, o áudio da entrevista que o amigo Dodô Andrade concedeu ao Programa Brasilândia Encanta da Rádio Comunitária Cantareira. A entrevista aconteceu no dia 05/05/2012 à convite da produtora cultural Angélica Tobias.

Tive a honra de acompanhar o Dodô com meu humilde cavaquinho e com o auxilio dos parceiros Vagner Donelli na cuíca e Vladmir Ratinho no pandeiro.

A gravação do áudio é nossa, e está na íntegra, registrando até mesmo os bate papos dos intervalos, mas valeu o registro.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Os Sambas Que Eu Vi: SAMBA DA VILA RÉ


"Muita gente não sabe, mais existe um bairro, que também tem gente bamba, a Vila Ré está sempre em alegria, onde o amor e a poesia se encontram com o meu samba".


Como diz o trecho desse samba, muita gente não sabe mas na Vila Ré tem samba da melhor qualidade. O Samba da Vila Ré acontece toda última Terça-Feira do mês comandado pelos sambistas Giba, Angelo Celso, Fininho e Cia. O samba acontece no bar do Marião, um boteco pequeno, porém aconchegante, onde a "malandragem' pode degustar um delicioso torresmo e uma cerveja gelada no ponto.


Os encontros são feito num clima descontraído, porém de muito respeito e amor ao samba. Quem for até o Samba da Vila Ré irá ouvir um repertório que vai dos sambistas da Velha Guarda sempre reverenciados com todo o respeito devido, aos novos compositores que mantém a chama do samba sempre acesa.



A roda de samba da rapaziada acontece de forma acústica, cantada no gogó com a disciplina e malandragem que o samba exige.

A Vila Ré é mais um reduto onde o samba impregna sua essência, exalando poesia e contagiando à todos de felicidade.

Em outro trecho do samba da Vila Ré diz: "Na Vila não existe o mar, nem tão pouco as grandes montanhas, a única riqueza da Vila é manter a cadência do Samba". E garanto à vocês que essa cadência está sendo mantida da melhor maneira possível. O Samba da Vila Ré respira os bons ventos que os grandes bambas do samba espalharam através dos tempos, e seus sambistas colocam a alma e o coração em cada encontro, contribuindo para o fortalecimento da cultura popular.

É isso rapaziada, fica a dica de mais um bom samba pra gente prestigiar. É só chegar, cantar e bater na palma da mão, pra fortalecer o terreiro. O espaço também é aberto aos compositores para mostrarem seus sambas.


SAMBA DA VILA RÉ
Local: Bar do Marião
Endereço: Rua Baltazar Brum, 413 - Vila Ré (Trav. Av. Itiguçú)
Toda Última Terça-Feira do Mês à partir da 20h30
A Entrada é Grátis


Segue abaixo o vídeo e a letra do hino do Samba da Vila Ré



RIQUEZAS DA VILA
(Angelo Celso / Fininho)

Muita gente não sabe mais existe um bairro
Que também tem gente bamba
A Vila Ré está sempre em alegria
Onde o amor e a poesia se encontram com o meu samba

Na Vila não existe mar
Nem tão pouco as grandes montanhas
A grande riqueza da Vila
É manter a cadência do Samba
Na Vila não existe a tristeza
Pois Deus é o protetor

Na Vila só tem alegria
Na Vila não tem baixo astral
E o samba é o nosso ideal

quarta-feira, 7 de março de 2012

A PRIMEIRA VEZ QUE PISEI NA AVENIDA

Esta postagem vai em forma de confissão, pois desde que me entendo por gente gosto de samba, mas nunca fui adepto do Carnaval e suas Escolas de Samba, a não ser as poucas vezes que passei em frente a TV  assistindo os desfiles  (isso quando o sono não me pegava). Isso talvez tenha acontecido porque as Escolas de Samba perderam sua identidade na busca desesperada pela vitória e o exibicionismo. Os interesses da elite se sobrepuseram sobre o povo. O dinheiro tomou o lugar da alegria. E por aí vai. Coisas que bambas como Candeia já combatiam na década de 70.


Este ano foi a primeira vez que desfilei em uma Escola de Samba, a Unidos de São Lucas, Escola do Grupo de Acesso do Carnaval de São Paulo e confesso que fiquei fascinado por participar de um desfile. Não pelo glamour de fantasias e de  destaques famosos, mas sim por participar de um momento de alegria, onde percebi que a magia do Samba ainda é capaz de fazer o povo sorrir, extravasar, mesmo diante tantas dificuldades. Percebi que o Samba é mesmo um movimento agregador que se impõe diante de um cenário de disputas e ganância. Percebi que ainda existem pessoas que levam o samba no coração, que defendem seu pavilhão, que cantam e sambam com a alma, atendendo ao propósito de festividade e confraternização que o Carnaval tem.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

MEUS 30 ANOS

Chegando aos 30 anos venho fazendo uma reflexão dessas 3 décadas de vida, e cheguei a conclusão de que sou uma pessoa abençoada e que devo todos os dias agradecer ao  Criador por tantas bençãos e momentos de felicidade alcançados. Agradeço pela família maravilhosa que tenho, que meu deu base para ser a pessoa que sou hoje, agradeço pelos amigos que conquistei através destes anos, agraço pelos amores e dissabores vividos, pela conquistas, pelos tombos e decepções que só me fizeram crescer como ser humano.

Para retratar toda essa reflexão e gratidão por tantas bençãos estou postando um samba que fiz em parceria com os parceiros China e Peterson Lima chamado "As Bençãos que Tive". Recebi essa melodia do China e quando fui fazer o samba fiz a primeira parte de uma só vez, mas a segunda não saía de jeito nehum, então repassei pro Peterson que entendeu a idéia e fechou com chave de ouro. Esse samba foi cantado nas rodas de sambas do Projeto da Vila Formosa, está sendo gravado pelo cd solo do China e também integra o 3º caderno de sambas inéditos do Terreiro de Compositores.



AS BENÇÃOS QUE TIVE
(China / Anderson Alves / Peterson Lima)

Vou cantar e agradecer
As bençãos que tive de Deus
Lembrar dos momentos que marcaram
A minha estória, trajetória, meu viver
Os grandes amores
Sonhos e até os dissabores
Me fizeram aprender amar
Os amigos que eu conquistei
Nos momentos que eu precisei
Sempre estiveram ao meu lado pra me apoiar
A família tão linda e querida
Foi base e chão na minha vida
Força e estrutura do lar
Pro meu caminhar

Basta crer, enxergar
Que a felicidade mora em qualquer lugar
Faça por merecer que nada lhe faltará
Com fé e amor no Criador o bem terás

sábado, 21 de janeiro de 2012

EXPOSAMBA CEU VILA CURUÇÁ 15/01/12

Minha apresentação com Peterson Lima no CEU Vila Curuçá defendendo o samba Fragmentos de Uma Memória no Exposamba